Setembro Verde: A Urgência de uma Luta Desigual Silenciada pelas Barreiras da Inclusão
Setembro é o mês do Setembro Verde, campanha que levanta discussões sobre a inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. Contudo, a inclusão de pessoas com deficiência permanece longe da realidade no Brasil, especialmente para as mulheres, que enfrentam desafios duplos e complexos: o preconceito de gênero e as barreiras da deficiência.
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salariais entre mulheres com e sem deficiência também são gritantes. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022 (PNAD Contínua), o salário médio da mulher sem deficiência é de R$ 1.791,42, enquanto a mulher com deficiência recebe em média R$ 1.411,77: “Esses números são inaceitáveis em uma sociedade isso diz que é inclusivo e equitativa", afirma Antoniel Bastos, presidente da Rede Incluir. Precisamos ir além das cotas obrigatórias e trabalhar para a criação de ambientes de trabalho verdadeiramente inclusivos, que ofereçam igual oportunidade de crescimento e desenvolvimento a todas as pessoas, independentemente de suas capacidades físicas ou sensoriais.
A Rede Incluir tem intensificado esforços para conscientizar empresas e organizações sobre a real necessidade de uma inclusão verdadeira e eficaz. “A inclusão não é algo que se deva considerar um custo, mas é antes um investimento essencial na inovação e no sucesso empresarial”, reitera João Alberto. “Aquelas empresas que abraçam a diversidade tendem a ser mais criativas, competitivas e com soluções mais fortes para os desafios do mundo contemporâneo.
Neste Setembro Verde, a sociedade brasileira é chamada a refletir sobre seu papel na construção de um futuro mais justo e igualitário para as mulheres com deficiência. "A luta por igualdade de oportunidades não pode ser sazonal, precisa ser uma prioridade constante", reforça Antoniel Bastos. "Somente assim poderemos garantir que todas as mulheres, independentemente de suas condições, tenham acesso a um mercado de trabalho verdadeiramente inclusivo e uma vida digna."
A inclusão começa com a conscientização, mas precisa ser concretizada em ações práticas e contínuas. Setembro Verde é mais do que um mês de luta; é um convite para que todos nós, como sociedade, nos comprometemos a eliminar as barreiras que ainda impedem a plena participação das pessoas com deficiência em todos os aspectos da vida. Agora é a hora de agir, de transformar a realidade, de garantir que ninguém seja deixado para trás.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2022 revelam um cenário preocupante: para cada 10 pessoas com deficiência inseridas no mercado de trabalho, apenas 2 são mulheres. Essa discrepância evidencia uma desigualdade estrutural que perpetua a exclusão e a marginalização dessas mulheres. “A situação é alarmante e exige uma resposta imediata”, alerta João Alberto, diretor executivo de empregabilidade e ações sociais da Rede Incluir e CEO do Grupo Superpesa. “Estamos falando de uma exclusão que começa nas portas das empresas e se estende a todas as esferas da vida social e econômica.”
A discriminação não para por aí. As diferenças